/
/
/
Missa dos Santos Óleos

Missa dos Santos Óleos

Queridos irmãos e irmãs, leigos e leigas, discípulos missionários de Cristo,

Religiosas e religiosos,

Amados seminaristas diocesanos,

Queridos padres, cooperadores primeiros da pastoral diocesana,

Que bela liturgia tão rica de sinais evidentes da presença sacramental e salvífica do Senhor. Esta celebração do Crisma, com a apresentação dos óleos que serão abençoados e distribuídos, se refere ao nosso ministério sacerdotal juntos aos demais fiéis do Povo Santo de Deus. A oração primeira desta solenidade, vos recordo: “Ó Deus que ungistes o vosso Filho com o Espírito Santo e o constituístes Cristo e Senhor, CONCEDEI que participando de sua consagração sejamos testemunhas da redenção que Ele nos trouxe”. O Filho foi consagrado o Cristo, o enviado e cada cristão, também filho e enviado, é chamado a ser testemunha. E dentre as testemunhas, nós os ministros ordenados, diáconos, presbíteros e epíscopos.

Queridos irmãos e irmãs, esta solenidade insere-se no Tempo Quaresmal. Nela se dá de forma visível o que é ser igreja particular, o que é ser diocese. Em torno de um bispo, que é Cristo-cabeça na sucessão apostólica, está todo o presbitério e uma representação do discipulado missionário dos religiosos e leigos.

Nesta solene liturgia, há dois gestos de grande destaque dentro do rito eucarístico, a renovação das promessas ministeriais dos padres e diáconos, o presbitério diocesano, e a bênção dos óleos do batismo e da unção dos enfermos, bem como a confecção e benção do óleo do santo crisma, que depois serão distribuídos por toda a diocese, sinalizando a diocesaneidade, a comunhão e a participação de todo o povo de Deus, povo sacerdotal na vida desta igreja diocesana que está sediada em Campo Maior neste ano jubilar de Peregrinos de Esperança numa terra de missões, como rezaremos nas catequeses dos festejos dos padroeiros por todo o ano de 2025.

A igreja diocesana está aqui representada em cada um de vós. A missa na Unidade que se dá em Cristo pela visibilidade celestial e terrena. Vós sois a igreja visível, corpo místico de Cristo-cabeça. Cada presbítero é ungido para ungir, santificado para santificar, alcançado pela Graça para favorecer um transbordar de graça na sua comunidade paroquial. Que exigente e nobre é a vossa missão, queridos presbíteros. Em Cristo, O sacerdote, este ministério foi confiado à vossa fraqueza, como nas bodas de Caná. Potes vazios de outrora, porém transbordantes da Graça com a unção espiritual do próprio Cristo que afirma: Eu sou a fonte de água viva (Jo 4).

Num presbitério diocesano, bispo, padres e diáconos espalham a santidade e o perfume de Cristo por todos os cantos na ação sacramental naqueles que serão batizados e ungidos com os santos óleos. Desta celebração, missa da unidade, se reafirma a igreja como autêntica fonte, seio materno para os neófitos, caminho do céu para os iniciados, mesa do pão e sinal de salvação para os que perseveram na fé do seguimento do Cristo.

Na comunidade dos fiéis, vós desempenhais por vocação e ofício: santificação por meio dos sacramentos. Assim o “presbítero realiza a sua função sacerdotal imitando a Cristo, supremo e único sacerdote da Nova Aliança.” Não se trata de uma missão fácil. Missão esta que se concretiza na realidade pastoral e social da vida das paróquias e suas comunidades, no cotidiano concreto feito de desafios e esperança.

Creio que o enfrentamento das exigências para consolidar a ação pastoral na Diocese é sinal visível do martírio pela causa do Evangelho. “O martírio é a categoria básica da existência cristã. Onde há martírio, onde há sacrifício Deus é mais” (Bento XVI). Como bispo e diocesano louvo a Deus e rezo por cada de vós deste presbitério no empenhar cotidiano da própria vida pelas causas desta igreja diocesana.

O presbítero é consolação de Deus aos fiéis. Foi posto à frente para ser consolação na Palavra, na caridade e na ação sacramental. O padre é ministro dispensador da Divina Graça, na proximidade de pastor, é bênção e caminho de salvação.

O profeta é apresentado como modelo de servo, aquele que foi ungido pelo Senhor e de coração indiviso reconheceu que: “o Senhor me abriu os ouvidos, não lhe resisti nem voltei atrás. Ele é meu auxiliador” (Is 50,5). Queridos presbíteros, a consciência do chamado e da presença de Deus é fundamental para serdes perseverantes. Isso se evidencia na palavra do profeta num texto tão conhecido de todos vós: “O espírito do Senhor está sobre mim, pois Ele me ungiu e me enviou”. Quando a realidade se tornar dura e vossos pés vacilantes, quando vossas mãos estiverem cansadas e vosso coração indeciso, quando o suor e o cansaço vos enfraquecer, ou mesmo as lágrimas enevoarem a visão clara do caminho, o Senhor que vos escolheu e vos enviou também vos põe de pé novamente; assim aconteceu com o profeta Elias: “levanta-te e come, pois o caminho é longo.”

Queridos presbíteros e diácono, que palavra substanciosa vos foi dita nesta primeira leitura: “Vós sois os sacerdotes do Senhor, chamados ministros de nosso Deus”. Ungidos e enviados, assim como os fiéis desde o batismo. Somos Peregrinos de Esperança “para dar a boa-nova aos humildes, curar as feridas da alma, pregar a redenção aos cativos, a liberdade aos presos e proclamar a Graça do Senhor”. O profeta-sacerdote e servo do Senhor sabia tão bem dos desafios para implementar este programa de vida. No caminho do exílio nada foi fácil. Também hoje neste tempo de pós-modernidade, de indiferença religiosa, de pouco compromisso com a verdade do Evangelho, de pós-verdades e fake news enfrentais dilemas, daí o chamado à fé e a constante renovação das vossas promessas.

Nesta solenidade eucarística se manifesta o mistério do sacerdócio de Cristo e n’Ele estamos inseridos ministerialmente realizando a Unidade do nosso sacerdócio ministerial ao sacerdócio pleno de Cristo. Cada padre hoje renova as promessas sacerdotais feitas no dia da ordenação. Por isso, é um dia memorial para toda a Igreja e para cada um de vós, em particular. A renovação das promessas sacerdotais renova vosso ânimo vos dando mais condições de levar adiante este sagrado ministério que outrora recebestes.

No próximo sábado na santa vigília pascal todos os fieis terão esta oportunidade, pois as Constituições Apostólicas ressaltam a importância do povo de Deus, que pelo batismo forma uma unidade em Cristo. Todos necessitam de todos para o bom andamento da comunidade. Os carismas que o Senhor concedeu, são para o serviço em geral na comunidade. Cada pessoa vive na sua missão, os ministros ordenados, os leigos e as leigas para que todos visem a glória do Senhor. (Costituzioni Apostoliche, 8, 1,3-21. In: La teologia dei padri).

Portanto, nesta solenidade, os presbíteros e diáconos, exclusivamente, renovam as promessas feitas um dia, perante o bispo ordenante: unir e conformar a vida ao Senhor Jesus para viver plenamente a configuração a Cristo sacerdote na doação de si mesmo por amor aos irmãos e a Igreja. Para perseverar e alcançar realização e felicidade como dispensadores dos mistérios de Deus na ação sacramental da Igreja. Para alcançar a fidelidade na missão de viver em Cristo, ensinar o Cristo e santificar em Cristo. Também os demais fiéis são convidados nesta oração a rezar pelos padres e diáconos para que Senhor derrame sobre eles os dons que santificam. O respeito, a reverência e a oração dos fiéis feitas muitas vezes no silêncio do coração são eficazes no fortalecimento e na vivência de tão digno e exigente ministério sacerdotal conferido aos ministros de Deus na prece do sacramento da ordem.

Santo Agostinho escreve que o sacerdócio é um serviço de amor (amoris officium) porque é um serviço de pastor, que supõe gastar a vida no zelo pelo rebanho que é o povo de Deus. A caridade pastoral é marca da vida sacerdotal bem vivida, e que constitui o eixo da espiritualidade do padre diocesano.

Agora neste ofício transitório de diocesano vos agradeço por todo o trabalho feito nos cantos e recantos da diocese. Quantos esforços e dedicação da vossa parte para reunir o povo, celebrar a fé, ministrar a graça dos sacramentos. Quantos esforços empreendidos pelo bem do povo pela salvação das almas. Vivendo do necessário e do suficiente,  porém sem vos cansar, sem medir esforços no serviço abnegado para consolidar o anúncio do evangelho em nossas comunidades e paróquias.

Vos agradeço pelo amor à Diocese, como mãe que vos acolhe na unidade presbiteral fortemente apresentada nesta assembleia eucarística. Pela vossa pertença rendo graças ao Senhor. Em cada capela ou comunidade; em cada paróquia ou quase paróquia fostes comigo um só povo fiel e um só rebanho do Senhor da messe. Vós sois a Diocese de Campo Maior no bem que fazeis e no bem maior que podereis fazer. Rendo Graças ao Senhor pela vossa pertença na corresponsabilidade, pois a cada mês cada um de vós apresenta os frutos do vosso trabalho para a manutenção das obras desta igreja diocesana.

Rendo Graças a Deus por tantos de vós, que além da paróquia e seus trabalhos e outros afazeres fostes solícitos a mim quando convocados a cooperar com os destinos da diocese quanto à pastoral e à istração. “Dai de graça o que de graça recebestes” e, como vos disse anteriormente, é assim que vos deveis proceder. Que a ninguém seja negada a Graça, e àqueles que estiverem sem a devida condição de recebê-La, sejam-lhes dadas as condições para trilhar um caminho pastoral de preparação para recepção da Graça Sacramental. Isto é pastoral. É nisto que vós sois mestres e pastores nesta diocese jubilar e peregrina da esperança numa terra de missões.

Rendo graças ao Senhor pela vossa sinodalidade diocesana. Sinodalidade presbiteral e pastoral para fortalecer atos de pertença e gratidão. A sinodalidade para animar a vida e a missão evangelizadora e para permanecer fiel à vocação sacerdotal e para curar as dores guardadas em nós, principalmente com o remédio do diálogo e do perdão. Sinodalidade presbiteral é remédio para superar as dificuldades pelo bem maior: a nossa salvação e a do nosso povo. “Caminhar juntos é a via que nos permite interpretar a realidade com os olhos e o coração de Deus. Caminhar juntos é a condição para seguir o Senhor Jesus e sermos servos da vida neste tempo ferido.” Papa Francisco.

Francisco de Assis dizia: “Se eu visse um padre, primeiro ajoelharia diante do padre, e depois diante do anjo”. Interceda por nós o Glorioso e excelso padroeiro, Santo Antônio Aparecido. Que assim seja.

+ Francisco de Assis Gabriel dos Santos, CSsR

Compartilhar:

Tags:

NOTÍCIAS

Na manhã deste sábado, 31 de maio, a Diocese de Campo Maior realizou o encontro de animadores do Projeto Amigos do Seminário. A atividade aconteceu no Seminário Diocesano Dom Abel Alonso Núñez e contou com a presença do